Vale a pena comprar o Kwid elétrico por R$ 80 mil a mais que versão flex?

O Renault Kwid e-Tech é um dos carros elétricos mais baratos do Brasil. No entanto, o investimento a mais na versão a bateria precisa ser avaliada. Nos preços atuais (jan-2023), o Kwid elétrico custa R$ 146.990. O valor é R$ 80.400 mais caro do que a versão a combustão (Zen). Ou seja, daria para comprar dois Renault Kwid e ainda sobrariam alguns trocados. Então, por que investir na versão elétrica? 

A principal diferença é que o Kwid elétrico não precisa abastecer e, teoricamente, esta seria a economia em comparação com a versão flex. Atualmente, há locais onde a recarga de baterias é gratuita, porém, em outros pontos, como shoppings, é preciso pagar o estacionamento. Vamos fazer os cálculos: 

O Kwid e-Tech tem autonomia para até 298 quilômetros de autonomia com as baterias 100% carregadas. Guarde esse número. Quanto custaria rodar a mesma distância na versão a combustão? Na cidade, números oficiais mostram que o Kwid Zen faz 14,9 km/l de gasolina. Considerando um valor médio de R$ 5 da gasolina é necessário abastecer com pelo menos 20L para rodar a mesma distância. O custo seria de R$ 100.

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Considerando apenas o custo de combustível, após 239.592 quilômetros percorridos a conta do Kwid elétrico passaria a valer mais a pena do que o modelo movido a combustão. Mas é aí que entra o pulo do gato. Em alguns estados como Pernambuco, não há o pagamento de IPVA, o que já é um ponto positivo para a versão elétrica. 

Outra vantagem fica por conta da manutenção. Como o carro é movido a bateria não há troca de óleo. Além disso, os modelos elétricos têm menos componentes, o que barateia o custo com as manutenções periódicas. 

No Kwid elétrico, a sensação ao dirigir também é mais agradável. O hatch elétrico é ágil na cidade e 0-50 km/h em apenas 4,1 segundos. Isso garante uma colada de banco na saída de sinal se você pisar fundo. O 0-100 km/h, no entanto, é feito em 13,2 segundos – o mesmo tempo da versão a combustão.

 

Renault Kwid e-Tech | Foto: Rodrigo Barros

 

A suspensão do Kwid elétrico é firme. Ao passar em algumas ruas de difícil acesso e mais esburacadas, dá para sentir bem o relevo do asfalto, ou, em alguns casos, a falta dele. A versão elétrica conta com algumas diferenças visuais. A grade frontal é diferente, há quatro furos nas rodas e na traseira há um detalhe em cromado na parte inferior do para-choque traseiro.

Mas a grande falha do Kwid elétrico está na traseira. Em carros elétricos, ao tirar o pé do acelerador, os carros costumam reduzir a velocidade e gerar energia para as baterias. Contudo, no caso do Kwid e-Tech, a luz de freio não acende durante essa desaceleração. No modo Eco, essa desaceleração é bem presente. Portanto, é preciso ficar de olho no retrovisor, pois quem vem atrás só percebe que o veículo está reduzindo em cima da hora. O que pode acabar causando acidentes.

 

Renault Kwid e-Tech | Foto: Rodrigo Barros

 

Rodamos com o Renault Kwid e-Tech por mais de 750 quilômetros em trecho 100% urbano. O consumo médio de energia foi de 11kWh/100.

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