Desafiamos o Volkswagen Virtus a uma aventura na praia

Os utilitários esportivos estão no auge no mundo e viraram moda no Brasil também. Todos que têm ou querem ter um SUV argumentam que com eles é possível rodar no dia a dia na cidade e aproveitar os finais de semana fora da estrada. Mas será que todos que compram um SUV realmente usam os atributos aventureiros de seu carro? É importante explicar também que nem só os utilitários esportivos estão aptos a certos níveis de fora de estrada. Veículos de passeio também podem sair do asfalto e levar você e sua família para uma boa aventura no final de semana. Foi o que fizemos com o Virtus. O novo sedã da Volkswagen virou uma febre e já lidera seu segmento. Mas, calma! Não estamos dizendo para você fazer de seu automóvel um competidor de rali. A proposta desse nosso desafio é mostrar que nem sempre é preciso ter um SUV para se divertir fora da cidade.

Quem tem uma família com filhos, por exemplo, precisa de espaço para poder fazer um programa com todos. Esse é um dos argumentos mais fortes para a escolha de um SUV no Brasil. Duas medidas são as mais importantes nesse quesito: distância entre-eixos e capacidade do porta-malas. Vamos comparar esses números do Virtus com os três SUVs mais vendidos no país. Enquanto o sedã compacto da Volks apresenta 2.651 mm de entre-eixos e 521 litros de porta-malas, o Jeep Compass (o mais vendido no Brasil e considerado médio) tem 2.636 mm e 410 litros. O Renegade tem 2.570/260 e o Creta 2.590/431. Portanto, se você está desejando um SUV para ter espaço interno e para bagagens, é bom rever os número e pensar que um sedã pode ser melhor.

Até mesmo para quem quer fazer aventuras sem a família, o Virtus pode ser uma boa pedida. A modularidade dos bancos é um fator que colabora para a ergonomia e o aproveitamento de espaço na cabine do modelo. Mais do que capacidade para acomodar cinco adultos, o sedã Volkswagen pode transportar grandes objetos. A área do porta-malas é de 1 m2, suficiente para guardar uma grande quantidade de malas.

Para transportar objetos maiores, basta rebater o assento traseiro que o Virtus oferece 1,82 metro de espaço (da tampa do porta-malas até a parte de trás do banco dianteiro). É possível ainda rebater totalmente para a frente o assento do passageiro dianteiro, o que proporciona um espaço livre de 2,65 metros (da tampa do porta-malas até o painel). Ou seja, é possível acomodar, por exemplo, um caiaque ou uma prancha de Stand Up dentro do Virtus e ainda uma pessoa se acomodar no banco traseiro.

Nosso “desafio” com o Virtus envolvia uma viagem curta entre Recife e Maracaipe (Ipojuca). São cerca de 60 km de asfalto e, chegando lá, uns trechos de estrada de areia em um cenário digno de novela. No carro, apenas um motorista em busca do sol – algo um pouco raro nessa época do ano.

Na estrada, o desempenho do Virtus Highline que avaliamos é conhecido por muita gente. O conjunto mecânico do motor 200 TSI com câmbio automático de seis velocidades é dos mais eficientes em rodovias. Com 128 cv de potência e ótimos 20,4 kgfm de torque o Virtus sobra na estrada. Acelerações rápidas e retomadas seguras fazem você pensar que sob o capô tem um motor bem maior do que o 1.0 litro de 3 cilindros. Esse resultado é garantido pela união do turbo e da injeção direta de combustível. Abastecido com gasolina e com ar-condicionado ligado, o Virtus fez no percurso para a praia uma média de 15,8 km/l. Difícil algum SUV ter um resultado perto disso.

Chegando à praia era hora de sair do asfalto e encarar um leve off road em direção a uma parte mais isolada. (Para quem conhece o local: entrando à esquerda quando se chega em Maracaipe, em direção a Porto de Galinhas). É um trecho de areia firme em meio a um exuberante coqueiral. Os buracos e ondulações foram encarados com facilidade e conforto. Quem entende um pouco de carro sabe que a Volks acertou em cheio na suspensão do Virtus. O sedã tem um rodagem melhor até que a do Polo e Golf, pois conseguiu equilibrar conforto e esportividade na medida certa. Não é duro nos buracos e nem macio demais nas curvas. Mais um ponto positivo em relação aos SUVs, que são altos e não passam tanta segurança na rodagem mais rápida na estrada.    

Nossa ideia ao colocar o Virtus no terreno que muitos só encarariam com SUVs não era de comparar o desempenho off road do sedã compacto da Volks com os utilitários esportivos à venda no país. Os SUVs têm sua utilidade, por serem altos e terem ângulos de entrada e saída superiores aos veículos de passeio. O que queríamos aqui era mostrar que nem sempre é preciso ter um gigante na garagem para se divertir. Se seu carro tem um bom motor, espaço interno avantajado e, de quebra, ainda é econômico, pegue a estrada (ou saia dela) e aproveite e não tenha receio de pegar uma pista sem calçamento. Mostramos que com o Virtus você tem tudo isso, portanto, avalie todas as opções antes de trocar seu carro. Mais uma dica: ao chegar em casa depois da aventura no barro ou na areia, lave bem seu carango!

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