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Comparamos as motorizações do T-Cross com dos rivais. Terá ele vida fácil?

Com estreia confirmada para abril e entrega das primeiras unidades para maio, o T-Cross tem gerado muita expectativa no mercado brasileiro, que vive uma relação de amor com os utilitários esportivos compactos. Mas será que o compacto da Volkswagen terá vida fácil no Brasil? Vamos fazer aqui um “comparativo” de um dos aspectos considerados pela Volkswagen como diferencial de superioridade do T-Cross ante seus concorrentes: a motorização TSI.

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O T-Cross será puxado apenas por motores flex e turbinados. O 200 TSI e o 250 TSI. O primeiro, 1.0 de 128 cv de potência equipa hoje vários modelos da Volks, desde o up!, passando por Polo e Virtus, até o Golf. No modelo de entrada ele tem menos potência e torque (105 cv e 16,9 kgfm). No SUV, ele terá 20,4 kgfm e estará disponível com câmbio manual e automático, ambos de seis velocidades.

Como o segmento dos SUVs tem mais de 40 representantes hoje no Brasil, vamos selecionar aqui os quatro utilitários compactos mais vendidos em janeiro deste ano. São eles, Renegade, HR-V, Kicks e Creta.

RENEGADE

O Jeep parte com o motor 1.8 flex e câmbio manual de seis velocidades. O propulsor gera 139 cv e 19,6 kgfm de torque com etanol. Na gasolina, são 135 cv e 18,7 kgfm. Quem já testou essa versão sabe que a motorização não carrega os quase 1.400 kg do Renegade com muita agilidade. A rodagem é satisfatória no uso urbano se você não exigir aceleração rápida e velocidade. Por que, se você pisar, o jipinho vai beber muito. Os dados oficiais são de 9,5 km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada. Mas isso é com moderação no pedal direito. Se você exigir, esse consumo se aproxima ao de carros esportivos com motor V8.

Quando subimos um pouco de patamar e colocamos a caixa com conversor de torque no Renegade, a sensação de falta de fôlego do motor flex fica ainda mais evidente. Como o conjunto é configurado para buscar eficiência no consumo, as saídas com o Jeep ficam ainda menos ágeis se você for no ritmo da transmissão automática. O que podemos resumir sobre o Renegade: para “brigar” de forma justa com a mecânica TSI da Volks, a Jeep terá que acelerar no lançamento da versão turbinada de seu compacto – esperada para este ano. O motor 1.3 turbo de 150 cv será inicialmente importado, portanto, beberá somente gasolina. Entretanto, dependendo da demanda, o propulsor pode ser produzido no Brasil e virar flex já em 2020. Não levamos em consideração as versões a diesel do Renegade porque elas partem de R$ 127 mil, preço bem acima do que deverá ser a versão topo de linha do T-Cross.

KICKS

O Nissan é vendido em sua versão de entrada com o motor 1.6 (que é usado em toda sua gama) de 114 cv de potência e câmbio manual de 5 velocidades. É provavelmente o rival que sai em mais desvantagem contra o T-Cross. Seu motor de 1.600 cilindradas tem menos potência que a versão 1.0 do Volks. São 128 cv contra 114 cv, além de a transmissão ser de seis engates no SUV alemão. O torque também mostra muita diferença entre as versões de entrada, sendo 15,5 kgfm do Nissan contra 20,4 kgfm do Volkswagen.

Se levarmos em consideração as versões mais completas, aí o Kicks vai comer poeira do T-Cross. Enquanto o japonês vai no mesmo 1.6 de 114 cv e câmbio CVT, o alemão irá de 1.4 turbo de 150 cv e 25 kgfm, com transmissão automática de seis velocidades, com troca sequencial nos paddle shifts atrás do volante. O modelo da Nissan vai ter que continuar apostando no belo design de seu compacto, com boa entrega de equipamentos nas versões intermediárias e topo, que dão uma relação custo/benefício interessante. O Kicks parte de R$ 73.990 e chega a R$ 101.390. Acreditamos que o Volks vá partir de R$ 81.990 e chegue aos R$ 115 mil na versão mais cara com opcionais. Uma cartada interessante que a Nissan deverá jogar no próximo ano com o Kicks será a versão híbrida, algo inédito no segmento e que pode virar o jogo para o SUV japonês.

HR-V

O Honda tem bons atributos sob o capô para rivalizar com o T-Cross, mas parte com uma leve desvantagem por não oferecer a caixa manual. Isso não é um grande problema, pois o perfil de comprador de SUV no Brasil não curte pedal de embreagem.

O HR-V é sempre puxado pelo motor 1.8 flex de 140 cv com etanol e 139 cv com gasolina e torque de 17,7 kgfm (e) / 17,5 (g) kgfm. A transmissão é sempre automática do tipo CVT. Por ter uma motorização “grande”, o HR-V vai levar desvantagem nas comparações de consumo com TSI, já conhecido pela eficiência energética. Com gasolina, o Honda faz 10,5 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada. Com etanol os dados são 7,1 km/l e 8,5 km/l. São bons números garantidos pelo câmbio CVT. Entretanto, se você exigir um pouco mais de agilidade na aceleração, esse consumo vai para as alturas. De olho nessa busca pela eficiência, a Honda vai trazer uma versão turbinada (topo de linha) ainda neste semestre. Será o motor 1.5 turbo de 173 cv que já conhecemos no Civic Touring. Com ele, o HR-V deverá brigar com as versões topo do T-Cross, puxadas pelo 250 TSI. O vitorioso nesse combate dependerá muito dos preços praticados pelas duas montadoras.

CRETA

O SUV compacto mais vendidos de 2018 é que tem atributos mecânicos mais equiparados com T-Cross. O Hyundai parte com o motor 1.6 de 130 cv no etanol e 123 cv na gasolina. O torque é de 16,5 kgfm (e) e 16 kgfm (g). A transmissão de partida é a manual de seis engates. O consumo dessa versão é de 10,4 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada com gasolina e 7,6 km/l e 8,2 km/l com etanol.

Um duelo entre as versões de entrada de Creta e T-Cross na pista deverá ser bem disputado, pois eles têm números bem parecidos de potência, com vantagem do Volks no torque. O consumo também deverá ser favorável ao alemão, que se beneficia da injeção direta de combustível e do turbo. Já na versão topo de linha, o Creta esbanja um grande motor 2 litros de 166 cv de potência e 20,5 kgfm de torque no etanol e 156 cv e 19,1 kgfm com gasolina. Mais uma vez, o Hyundai ganha na potência (em relação ao 250 TSI), mas perde no torque. Isso garante uma saída mais ágil do Volkswagen, o que representa, na prática, mais agilidade, principalmente na cidade, maior uso dos SUVs compactos no Brasil.

RESUMO DO “COMPARATIVO”

Uma prova de que o T-Cross apenas com motores TSI vai incomodar os concorrentes é que tanto Jeep e Honda preparam versões turbinadas de seus utilitários, enquanto a Nissan vai além e prepara um híbrido. Entretanto, levando em consideração aos motores que temos no momento, o T-Cross nascerá com vantagens ante seis concorrentes. As motorizações TSI são modernas, eficientes e dão desempenho interessante aos modelos que já conhecemos no Brasil. Quem já dirigiu um Tiguan, Jetta ou Golf com motor 250 TSI sabe que ele, mesmo sendo de pouco volume (1.4 litro), consegue dar uma pegada divertida aos modelos. Tudo se resume agora aos valores que a Volks vai cobrar por seu primeiro SUV compacto brasileiro. Esse exercício nós já fizemos e você pode ver ou rever aqui.

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