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Carro popular: por que o crédito do governo não fez as vendas alavancarem?

O mercado de automóveis no Brasil parece estar estagnado. Mesmo com a ampliação dos descontos patrocinados, as montadoras estão paralisando as atividades. Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu sinal verde para a adição de mais R$ 300 milhões para o programa de “carros sustentáveis” – nome usado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

Contudo, apesar do crédito adicional na praça, a Volkswagen anunciou uma parada temporária em várias de suas fábricas, como Taubaté (SP), São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR). E, não só a Volkswagen. A Chevrolet também informou um período de inatividade. O tempo de paralisação pode chegar a 10 meses. O motivo é o mesmo da VW: queda nas vendas.

Por que as vendas não crescem?
Apesar do desconto dado ao consumidor pelo governo, isso ocasionou um efeito reverso nas vendas corporativas. Enquanto as vendas para pessoas físicas aumentaram 2,4% no acumulado de junho, as vendas para pessoas jurídicas caíram 25,4%.

Com isso, o mercado total do Brasil registrou uma queda superior a 10%, em junho, na comparação com maio (dias 1 a 27), devido à diminuição das vendas para as empresas. Os números foram apurados pelo time de vendas da Volkswagen e enviados à reportagem.

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No acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, a venda direta para automóveis e comerciais leves representou 47,23% das vendas. Com as empresas esperando a abertura do programa para comprar carros, as montadoras têm que adequar a produção. Por isso que há essas interrupções. Sem a paralisação, os pátios ficam cheios e o produto parado.

Montadoras x produção
Na análise do professor de MBAs da FGV e especialista no setor automobilístico, Antônio Jorge Martins, as montadoras têm que se adequar à nova realidade de vendas. “Por ter um volume grande de estoque, algumas empresas não se adequaram ao momento pós-pandemia. Hoje o volume deixou de ser prioridade para a rentabilidade ser priorizada”, pondera.

Para o professor, apesar do desconto ofertado pelo governo, o foco do problema está na produção. “O governo não está preocupado em resolver todos os problemas. O ponto base é criar um limite e depois as empresas que se adequem à realidade”, explica.

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